No ano passado, o preço do grão subiu quase 40%
O Brasil deve produzir menos café esse ano. De acordo com pesquisa conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país deve produzir 52,8 milhões de sacas de 60 quilos, uma redução de 7,5% em relação a 2024.
A área destinada à colheita diminuirá 2,5%, e a produtividade cairá 5,1%, principalmente por causa da bienalidade negativa que afeta grande parte das plantações de café arábica. No ano passado, o preço do café subiu quase 40%. Somente em fevereiro de 2025, o aumento já foi de 10%.
De acordo com a Universidade de São Paulo (USP), o preço da saca de 60 kg quebrou recorde em 12 de fevereiro, quando atingiu R$ 2.769,45. O histórico da universidade começou em novembro de 1996.
“Os baixos estoques nacionais e globais da variedade vêm sustentando o movimento de alta”, explicam os pesquisadores da universidade. “Além disso, a produção brasileira da safra 2025/26 deve ser novamente modesta. A demanda, por sua vez, segue aquecida, mesmo diante dos preços elevados.”
Café do Brasil vale mais do que petróleo
Para alguns, uma xícara de café é tão fundamental quanto o combustível no tanque de um carro. A procura por esses dois produtos é intensa — e os preços são um susto constante para os consumidores. Mas, por quilograma, o grão do qual surge a bebida vale muito mais do que o petróleo — a matéria-prima do diesel e da gasolina.
Em janeiro de 2024, por exemplo, cada quilograma de café que o Brasil exportou saiu do país ao preço de US$ 5,4. Isso é 12 vezes mais do que o valor da mesma quantidade de petróleo nacional vendida no mercado externo: US$ 0,40.
Os dados são da Comex Stat, a plataforma do governo federal em que ficam registrados os preços praticados nas exportações do país. O histórico começou em 1997 e mostra que essa valorização do grão não é de hoje — apesar de os níveis atuais serem recordes.