O mercado de trabalho para pilotos de drones está em expansão. Adrien Michelmann, de 26 anos, é um exemplo dessa tendência. Michelmann é responsável por mapear e pulverizar lavouras de cana-de-açúcar em uma usina de Novo Horizonte, em São Paulo. Ele foi entrevistado pelo portal UOL.
Há três anos na profissão, ele sempre foi apaixonado por tecnologia e encontrou essa oportunidade através de vídeos na internet. Depois de se profissionalizar, conseguiu emprego facilmente.
“Em 2019, eu conheci uma pessoa que já tinha um drone voltado para a área da agricultura e pedi para passar um dia no campo com ele”, contou Michelmann, em entrevista. “Percebi que eram muitas informações, e eu teria que me qualificar muito para trabalhar na área e busquei esses recursos. Me profissionalizei, tirei meu certificado, que é obrigatório, e, desde então, eu consegui um trabalho na área e não saí mais.”
Para operar drones na pulverização agrícola, é necessário o Curso de Aplicação Aeroagrícola Remota (CAAR), reconhecido pelo Ministério da Agricultura. A formação ensina a configurar drones e manusear produtos químicos de forma segura.
Pilotos de drones devem seguir as regulamentações da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e do Decea, além de registrar o equipamento na Anac. A profissão é nova no Brasil e tem um mercado diversificado, incluindo publicidade, eventos, segurança, engenharia, agropecuária, construção civil e inspeções industriais.
No setor de segurança pública, são empregados para monitoramento e patrulhamento em áreas de difícil acesso ou em grandes eventos. Na agricultura, auxiliam no mapeamento de terrenos e no monitoramento de lavouras, permitindo maior precisão na aplicação de insumos. Além disso, são utilizados em filmagens, reportagens, entregas de encomendas e até mesmo em missões de resgate e combate a incêndios.
Mercado diversificado e cursos de pilotagem de drones
Cursos de pilotagem de drones custam entre R$ 500 e R$ 2,5 mil, abordando aspectos técnicos, regulamentações e práticas de voo. Alguns cursos focam em audiovisual, ensinando técnicas de fotografia e captação de imagem.
“Há muitas empresas que têm adquirido drones e procuram cursos para fazer a certificação e qualificação dos seus funcionários”, explica Heinoê Ferreira, professor do curso de pilotagem de drone do Senac-RS. “É uma demanda que vem crescendo, e as pessoas estão entendendo a necessidade de buscar um conteúdo seguro, adequado e com uma certificação para poder colocar no currículo.”
Os salários variam conforme a área de atuação, a experiência e a localização. Na publicidade ou eventos, os rendimentos vão de R$ 2,5 mil a R$ 4 mil mensais. Na engenharia ou agricultura, os ganhos variam entre R$ 5 mil e R$ 8 mil mensais.
Profissionais autônomos podem faturar ainda mais, chegando a R$ 10 mil mensais com filmagens cinematográficas ou monitoramento agrícola. Paulino Filho, piloto de drone que trabalha com publicidade, diz que o mercado está crescendo rapidamente.
“A depender do projeto e do equipamento usado, é possível faturar R$ 10 mil em um único trabalho, até mais para quem já está estabelecido no mercado”, diz. “Como profissional o conselho que posso dar para quem quer entrar na profissão é: esteja sempre dentro da lei. Drones são ferramentas incríveis, mas em mãos não treinadas podem se tornar muito perigosas. O mercado está cada vez maior, e é muito importante que tenhamos ótimos profissionais para atender à demanda.”