Pretextos de opressão: uma mulher chamada Simone
Não acredito que existam qualidades, valores, modos de vida especificamente femininos: seria admitir a existência de uma natureza feminina, quer dizer, aderir a um mito inventado pelos homens para prender as mulheres na sua condição de oprimidas. Não se trata para a mulher de se afirmar como mulher, mas de tornar-se um ser humano na sua integridade.
Esta foi a resposta de Simone de Beauvoir (1908-1986), ao ser perguntada sobre, ‘o que é ser mulher’? Na realidade, ela negou a riqueza e profundidade do sexo biológico, na feminilidade e na identidade humana. Dentre o ‘cardápio’ de seus apetites estão, a depreciação do corpo, o ódio a maternidade, criticando com ferocidade, o curso biológico e buscou acabar com todos os valores femininos.
Até aqui, já identificamos caro(a) leitor(a), o tema que trataremos neste dia. Pois bem, trata-se de Simone de Beauvoir
Simone depreciou o corpo, odiou a maternidade, recriminou o curso biológico e buscou acabar com todos os valores femininos. Ela negou a profundidade do sexo biológico na feminilidade e na identidade humana.
Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir foi escritora, filósofa existencialista, ativista e professora. Simone de Beauvoir, tem destaque entre as principais teóricas da segunda onda do feminismo e do existencialismo francês. Tradicionalmente, é conhecida por sua famosa frase: “ninguém nasce mulher: torna-se mulher”.
Em relação a sua família, seus pais eram Georges Bertrand e Françoise Brasseur, um casal descendente de família nobre, mas que viviam na pobreza. Simone de Beauvoir era a primogênita de duas irmãs, nascida em Paris, França, no dia 9 de janeiro de 1908. Foi em um colégio católico que passou a infância e a juventude. Mais a adiante, na sua formação, estudou matemática no Instituto Católico de Paris. Entretanto, mesmo com criação religiosa, optou pelo ateísmo.
Nas palavras de Simone: “Era-me mais fácil imaginar um mundo sem criador do que um criador carregado com todas as contradições do mundo”. Do seu ingresso no curso de filosofia, na Universidade de Sorbonne, conheceu Jean Paul-Sartre 1905-1980). Ele foi seu parceiro intelectual e sexual por toda a vida. Não se casaram ou tiveram filhos.
Ao lado de Sartre, Simone pode ser considerada responsável por provocar uma verdadeira revolução sexual, e os seus efeitos são sentidos até os dias atuais. Com a obra O segundo sexo, sua filosofia marcou a Segunda Onda do Feminismo. Suas contribuições mudaram a forma como se vê o feminismo no século XX.
Segundo Ana Campagnolo, em sua obra Feminismo: perversão e subversão, (…) o fato inconteste é que o feminismo, a partir de um pavio aceso por Margaret Sanger no início século XIX, e pela confusa, porém influente, obra de Simone de Beauvoir, incluiu na sua agenda de “direitos humanos” a necessidade de criar uma revolução sexual para alcançar, nas palavras da feminista radical socialista Shulamith Firestone, “a liberação das mulheres da tirania da sua biologia reprodutiva por todos os meios disponíveis e a ampliação da função reprodutiva e educativa a toda sociedade globalmente considerada”.
O casal, Sartre/Simone, esteve envolvido em algumas polêmicas. Entre elas, a assinatura de uma carta aberta, que foi publicada no jornal Libération, em defesa da revogação da lei que punia como estupro os atos sexuais com menores de 15 anos. Na carta, pediam o “reconhecimento do direito da criança e do adolescente para manter relações com as pessoas de sua escolha” em solidariedade “a todos os pedófilos presos ou vítimas da psiquiatria oficial”.
Na realidade, este tipo de defesa era uma ‘advocacia da pedofilia’. A repercussão da petição assinada pelo casal, deflagrou, segundo o artigo Simone de Beauvoir: Nazista, pedófila, misândrica e misógina, “(…)toda uma discussão em nível da sociedade na França sobre as leis relativas à idade do consentimento, uma discussão em que os abolicionistas (entre os quais Beauvoir e seu amante) se uniram no Front de Libération des Pédophiles (FLIP — a Frente de Liberação dos Pedófilos) e as intenções dos membros da FLIP eram explicadas claramente por eles próprios na discussão transmitida em abril de 1978 pela Radio France Culture.322 A FLIP seria lembrada como uma pioneira no movimento dos pedófilos franceses, embora a organização em si não tenha durado muito devido a suas discordâncias internas”.
Dito isto, não é à toa sua presença, em polêmicas recentes, sobretudo em terras Tupiniquins. E não por menos. Foi em 2015, na prova do ENEM que uma passagem de sua obra, O segundo sexo, trouxe grande repercussão ao ser colocada como questão na prova. Lembre-se caro (a) leitor (a), uma pessoa não é separada de suas convicções, ainda que justifique o injustificável.
Nas palavras de Benjamin Wiker e Donald DeMarco, (…) a filosofia de Beauvoir coloca inevitavelmente a cultura da morte em um plano superior ao da cultura da vida porque ela crê, de forma equivocada, que amor e vida são inférteis e inertes”. E por fim, Simone por Simone, A ação das mulheres (por direitos legítimos) nunca passou de uma agitação simbólica, só ganharam o que os homens concordaram em lhes conceder, elas nada tomaram; elas receberam […]. Recusar a cumplicidade com o homem seria para elas renunciar a todas as vantagens que a aliança pode conferir-lhes.