Diário O Município

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O dilema humano é assumir o erro ou culpar alguém

Em nossa incessante busca por culpados, frequentemente nos vemos imersos em um labirinto de justificativas e racionalizações, cada uma apontando na direção de um suposto responsável por nossas tribulações. No entanto, ao olharmos para além das máscaras ideológicas e das crenças pessoais, podemos perceber que a verdadeira culpa reside dentro de nós mesmos.
Para muitos, é fácil apontar o dedo e atribuir a culpa aos outros – aos obsessores espirituais, ao demônio, aos astros, aos políticos ou às organizações mundiais. No entanto, ao fazermos isso, estamos, na verdade, fugindo de nossas próprias responsabilidades e evitando encarar as consequências de nossas escolhas e ações.
Os espíritas podem culpar os obsessores espirituais, os evangélicos o demônio, os católicos a falta de frequência à igreja, o pregador diz que é pela falta do dízimo; o bolsonarista é dos petistas; os petistas acham que é dos bolsonaristas. O astrólogo diz que é dos astros, os esquerdistas dos patrões que pagam baixos salários; o conspiracionista é de alguma organização mundial tramando contra todos, e assim por diante. Cada um encontra um bode expiatório para seus problemas, enquanto negligenciam a necessidade de autoexame e autorreflexão.
A verdade é que a culpa não pode ser externalizada ou atribuída a forças externas; ela reside dentro de nós mesmos, em nossa própria inércia, falta de determinação e ausência de vontade de agir. É fácil culpar o mundo exterior por nossos fracassos, mas é muito mais difícil olhar para dentro e reconhecer nossas próprias falhas e fraquezas.
Aquele que espera tudo de mãos beijadas, que se contenta com a mediocridade e se recusa a lutar por seus sonhos, é o verdadeiro responsável por sua própria estagnação. Da mesma forma, aquele que culpa os outros por seus problemas, sem jamais assumir responsabilidade por suas próprias ações, está fadado a permanecer preso em um ciclo interminável de vitimização e autoengano.
A busca por culpados é uma fuga da responsabilidade pessoal e uma negação da liberdade e do poder que cada um de nós possui para moldar nosso próprio destino. Somente quando reconhecemos nossa capacidade de agir e assumimos o controle de nossas vidas podemos verdadeiramente encontrar a liberdade e a realização que tanto almejamos.