O deputado José Milton Scheffer (PP), presidente da FRENCOOP/SC e membro da Comissão de Agricultura, expressou suas preocupações com o futuro do setor leiteiro catarinense, nas redes sociais.
O parlamentar criticou os acordos internacionais que, segundo ele, têm prejudicado a competitividade dos produtores locais, resultando em um aumento alarmante de 300% nas importações de leite, especialmente da Argentina e Uruguai.
O cenário de entrada histórica de leite externo em 2023 impôs uma condição de muita dificuldade, desestimulando produtores e deixando muitos negócios das indústrias no vermelho.
Inicialmente, o primeiro semestre foi marcado pela baixa demanda e alta oferta em razão dos elevados preços ao consumidor. O período resultou na importação de 1 bilhão de litros de leite. Um aumento de 300% comparado ao mesmo período de 2022, segundo dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Para os produtores, um grande abalo. A atividade, mesmo na região Sul (principal produtora nacional), tem grande disparidade de gestão entre as propriedades. Isto implica em maior exposição ao risco daqueles que não têm um gerenciamento adequado e planejamento bem definido.
“Não podemos sacrificar nossos pequenos e médios produtores nacionais em prol das importações. Santa Catarina, ao lado do Rio Grande do Sul e Paraná, tem uma tradição rica na produção de leite, e é nosso dever proteger essas famílias que dedicam suas vidas a essa atividade.”
No ano passado, o mandato do deputado obteve uma vitória significativa ao protocolar uma indicação, posteriormente acatada pelo Governo do Estado, que sugere o subsídio dos juros do custo de produção para o setor leiteiro. Sendo essa medida, segundo Zé Milton, o primeiro passo para aliviar a pressão sobre os produtores.
Zé Milton ressaltou que, se medidas eficazes não forem tomadas em 2024, muitas famílias podem ser forçadas a abandonar a pecuária leiteira. “Vamos mobilizar esforços para buscar soluções que promovam a competitividade do setor, garantindo a continuidade de uma tradição tão significativa para Santa Catarina”, defendeu e acrescentou.
“Precisamos reverter esse cenário agora ou ficaremos dependentes das importações, prejudicando não apenas os produtores, mas toda a cadeia produtiva local. Vamos lutar pelo futuro da pecuária leiteira em Santa Catarina!”, finalizou Zé Milton.
Conforme a Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Santa Catarina (Faesc), até junho de 2023 o estado teria perdido cerca de 10 mil produtores por conta da crise, passando de 30.000 em 2022 para apenas 20.000.