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A necessidade atual de autores clássicos nas salas de aula

A subvalorização ou negligência de grandes escritores em salas de aula do ensino médio e, por vezes, em cursos de graduação, pode ser resultado de diversos fatores no mundo atual. Essa tendência pode ser analisada sob diferentes perspectivas como foco em “Currículos Padronizados”; ênfase na tecnologia e habilidades específicas; desafio no tempo de aula; desconexão com a realidade atual; busca por conectividade virtual e a influência das redes sociais.
Muitos sistemas educacionais adotam currículos padronizados que priorizam uma abordagem mais pragmática e voltada para exames. Esses podem limitar a inclusão de autores clássicos em detrimento de materiais mais específicos e direcionados para testes padronizados. A demanda por profissionais em ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) muitas vezes resulta na subvalorização das disciplinas humanísticas.
Isso sem levarmos em conta as restrições de tempo nas salas de aula que influenciam escolhas de leitura. Professores enfrentam pressões para cobrir uma variedade de tópicos e padrões, o que pode limitar o espaço para a exploração de obras literárias extensas.
Alguns educadores podem argumentar que as obras de grandes escritores estão desconectadas da realidade atual dos estudantes. A linguagem arcaica e os temas específicos do contexto histórico podem parecer menos relevantes em comparação com temas mais contemporâneos.
No entanto, temo que lembrar que a falta de familiaridade ou formação específica por parte dos educadores em relação a escritores clássicos também pode contribuir para sua ausência nas salas de aula. Professores muitas vezes são incentivados a se concentrar em métodos modernos de ensino e conteúdos mais acessíveis.
Em alguns casos, a falta de diversidade na seleção de autores pode contribuir para a percepção de que apenas um conjunto limitado de vozes merece destaque. Isso sem falar que, muitos profissionais da Educação hoje, também não tiveram contato com livros e trabalhos dos grandes pensadores do passado. Isso pode levar à subvalorização de escritores de diferentes origens e perspectivas.
A migração para plataformas digitais e o aumento do uso de tecnologia na educação podem não ter acompanhado completamente a integração de autores clássicos nesses formatos, dificultando sua incorporação às práticas modernas de ensino.
Em face desses desafios, muitos educadores e defensores da literatura clássica continuam a argumentar pela importância de expor os alunos a escritores influentes como uma forma de enriquecer sua compreensão do mundo, promover a empatia e desenvolver habilidades críticas de pensamento. A reavaliação do papel desses escritores nas salas de aula pode ser crucial para cultivar uma educação mais completa e holística.
Pensemos agora sobre o futuro que queremos ou viveremos em tempos que não conheceremos mais aqueles que lutam por uma sociedade mais culta, educada e que valoriza o SER como humano.