Diário O Município

Obra está prevista para ser lançada no dia 2 de fevereiro

Como se desenvolve uma comunidade que, em questão de algumas décadas, foi de um lugar sem ruas e pouco habitado para um espaço conhecido e reconhecido no litoral catarinense? Essa pergunta está, de certa forma, respondida no livro Campo Bom: a Comunidade e o Balneário, que será oficialmente lançado no dia 2 de fevereiro de 2024.
Escrito pelos professores Celso de Oliveira Souza e Rodeval José Alves, o livro conta a história de formação do Balneário Campo Bom, espaço que hoje pertence ao município de Jaguaruna. A influência dos açorianos na comunidade e as histórias de quem viveu o início do local estão registradas na obra.
Rodeval, inclusive, acompanhou de perto a evolução do Balneário Campo Bom. Isso porque ele mora lá há cerca de 50 anos, em uma época em que a comunidade ainda estava dando os seus primeiros passos em termos de organização.
“Na época tinham caminhos, não havia estradas e não tinha energia, água e nem infraestrutura. Era, na verdade, uma vila de pescadores”, disse Rodeval. “Eu estava visitando a região sul na época e tomei conhecimento que havia surgido um novo Balneário. Sai com a namorada, hoje esposa, e cunhada, fomos passeando e chegamos naquela região. Observamos muita vegetação na beira-mar, paramos em um barzinho e, ali, conheci um cidadão que era dono da área loteada, o seu João Manoel Viana. Ele me mostrou os bosques do Campo Bom, aí foi amor à primeira vista”, completou.
João Manoel foi um dos precursores da habitação no Campo Bom. Celso conta que, a muito tempo atrás, ele comprou 60 hectares e vendeu cerca de 800 lotes no Balneário. Para isso, contou com o apoio de alguns sócios – como, por exemplo, o seu Zefiro Giassi, autor de um dos textos que está presente no livro.
Celso, por sua vez, teve sua vontade de participar da escrita do livro em uma conversa com Rodeval. Ele afirma que sempre ouviu falar dos açorianos e como eles foram importantes para o desenvolvimento do sul catarinense, mas não conhecia tanto sobre o assunto. Passou a pesquisar, então, a influência dessa imigração no Campo Bom.
“Nós não conhecemos, de verdade, a ocupação do nosso litoral. Sabemos que foram os açorianos, sabemos que houveram algumas marias, mas essas pessoas não faziam parte de um projeto de colonização, elas foram ocupando os espaços de forma espontânea. Foi o que eu vi no Campo Bom, e me parece que isso vai pelo litoral todo de SC. Pensei que isso merecia estudos, e a gente conseguiu registrar um pouquinho de tudo aquilo que tem naquela comunidade histórica, que é belíssimo e interessante”, declarou.