A Indicação Geográfica (IG) do camarão de Laguna foi oficializada nesse sábado 21, em evento realizado no Mercado Público de Laguna. Com a indicação, produtores de camarão buscam espaço no mercado e reconhecimento da qualidade de seu produto, em parceria com o Sebrae/SC. “O registro agrega valor ao Camarão Laguna e, de certa forma, trabalha a segurança alimentar, afinal muita gente usa a marca indevidamente, em várias partes do país. A Indicação Geográfica é uma forma de resguardar o produto”, salienta a gestora de projetos da Gerência Regional Sul do Sebrae/SC, Juliana Ghizzo.
Além da dificuldade de reconhecimento sobre o Camarão Laguna, os produtores são poucos. A Associação Catarinense de Criadores de Camarão (ACCC) já foi uma entidade com mais de 100 sócios. Hoje, após a passagem de uma doença que matou boa parte dos camarões, são pouco mais de 10 produtores em todo o estado. Com o reconhecimento da IG, a tendência é ampliar o número de fazendas.
Única fazenda de camarão orgânico no Sul do Brasil
Zeno Alano Vieira é presidente da ACCC e produtor de camarão. Em 2002, ele e dois irmãos começaram uma criação. “Nós iniciamos uma atividade familiar, tínhamos uma fazenda de 100 hectares e uma área de tanque de quase 30 hectares. Começamos produzindo bem por uns dois anos, depois houve a eclosão da mancha branca, uma doença viral que atacou e dizimou a produção aqui no estado”, lembra.
Após um tempo de vazio sanitário, a família começou de novo, em 2005, mas não teve êxito pelo alto índice de mortalidade deixado pelo vírus. O impacto econômico na região foi notável, pessoas perderam o emprego e empresas faliram. Hoje, ele conseguiu voltar ao negócio com a ajuda dos dois filhos, agrônomos. Eles possuem a única fazenda no Sul e Sudeste do Brasil de camarão orgânico, com a alimentação totalmente natural.
“Resolvemos seguir em uma linha diferente, com apoio do Sebrae/SC, que é o que está conseguindo nos manter. Chegamos a um modelo de produção que respeita o meio ambiente. Não usamos os métodos tradicionais, fazemos dois cultivos por ano e não damos ração, nós retemos carbono. A fazenda é um refúgio para a espécie migratória”, frisa o presidente da ACCC.