Diário O Município

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Um ensaio do futuro: o sol negro da Rússia

O Império Eurasiano promete-nos uma guerra mundial e, como resultado dela, uma ditadura global. Alguns de seus adeptos chegam a chamá-lo “o Império do Fim”, uma evocação claramente apocalíptica. Só esquecem de observar que o último império antes do Juízo Final não será outra coisa senão o Império do Anticristo (Olavo de Carvalho, em Diário do Comércio, 23/05/2011).
Retomamos caro(a) leitor(a) o tema do Eurasianismo, e a justificativa se dá pelos desdobramentos, as consequências destas ideias sobre o restante do mundo, se não de forma completa, mas com influência assertiva ao ponto de ser o estopim ou ‘start’ de um novo capítulo na história recente.
A frase no início de nosso texto, nos traz a síntese, o objetivo desta proposta, e revela em termos escatológicos, de onde poderá surgir um grande império, na pretensão, nas ideias, com alguma influência e com mecanismos de ação, agindo sobre o Ocidente. Talvez você não se recorde, mas a Rússia compõe o BRICS (sigla que se refere a Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecido como grupo de países emergentes selecionados e reunidos pelo estágio de desenvolvimento econômico), e que foi ampliado este ano com a entrada de mais seis países.
Em matéria recente na CNN, de 21/08/2023, lemos que “não fica claro se o grupo permanecerá como uma plataforma de alinhamento econômico ou, se agora com a guerra na Ucrânia envolvendo um de seus membros, o Brics se tornará “um foro de natureza política, de articulação política mais ampla, de posicionamento político mais específico”.
Esta é apenas uma faceta (econômico) do impacto descrito na afirmação inicial, caro leitor. O que de fato está por trás, é o motivo de ampliarmos esta temática sobre o Eurasianismo, se deve, sobretudo, pelo ressurgimento desta pretensão. Explico-me, a Rússia se tornar o polo irradiador no comando de uma “nova civilização”, mas, a custa da liberdade e do soterramento dos valores que construíram a civilização como a conhecemos. Existe um contexto ideológico e místico, que fundamenta a ideologia russa do século XXI, e falaremos no decorrer dos próximos capítulos.
Neste sentido, iniciamos uma saga, com alguns assuntos que irão ampliar o nosso horizonte de consciência, sobre aquilo que existe e está envolto, numa cortina de fumaça. A cada ano, os sinais avançam. E como dito anteriormente, talvez não seja definitivo a influência de sua ação, mas o caminho aberto para outros eventos que possam desestabilizar nossa civilização nas próximas gerações.
Veremos então, como está acontecendo o ressurgimento do Eurasianismo, demonstrando os agentes e as circunstâncias deste propósito, a mentalidade de Aleksandr Dugin, a reorientação do regime de Vladmir Putin e o surgimento no Brasil, de uma mentalidade revolucionária atuante e crescente.
Muitas peças foram entregues sobre a moldura do quadro internacional, talvez desde a fundação do mundo, se não, nos últimos dois séculos. Afinal, não há nada na política, que não esteja antes na literatura.