A recomposição dos quadros da Polícia Civil de Santa Catarina foi um dos itens abordados pelo delegado geral da Polícia Civil do Estado, Ulisses Gabriel, durante apresentação a diretores da Associação Empresarial de Criciúma (Acic) nesta semana. Ele explicou que a realização de concursos públicos deve amenizar a falta de efetivo na corporação e apresentou dados como a ausência de delegados em 50 delegacias em Santa Catarina.
“O efetivo em Santa Catarina é de cerca de 3,5 mil policiais civis, quando a previsão legal é de 5.997. São 431 delegados, 2.268 agentes, de uma previsão legal de 3.620, e 689 escrivães, de uma previsão legal de 1.709. É um efetivo muito pequeno, perto do que é necessário para dar uma resposta à sociedade”, reconhece o delegado geral.
Ele explica que o último concurso para psicólogos na Polícia Civil catarinense ocorreu em 2010, enquanto o mais recente para delegados data de 2014 e o último para agentes e escrivães foi realizado em 2017.
“Tivemos autorizado agora um concurso para delegados e psicólogos e logo lançaremos o edital. No próximo ano, vamos buscar a contratação de mais agentes e escrivães, pois temos 50 delegacias sem delegado neste momento”, pontua Ulisses Gabriel.
Realidade local
Essa carência de policiais reflete-se também na realidade local. “Em Criciúma, chegamos a ter quatro delegados na DIC (Divisão de Investigação Criminal), três na 1ª Delegacia de Polícia, dois na 2ª DP, dois na Delegacia da Mulher e dois na Delegacia de Urussanga. Hoje, estamos com um em Urussanga, dois na DIC, um na 1ª DP, um na 2ª DP e um na Delegacia da Mulher, mesmo com os dois que encaminhamos para cá para reforçar o efetivo”, expõe.
“Trouxemos dois delegados para Criciúma no começo do ano e, a partir de 1º de setembro, mais um delegado passará a atuar na cidade, vindo da DEIC (Diretoria Estadual de Investigações Criminais)”, acrescenta.
Ulisses Gabriel também informou que, este ano, a Delegacia Regional já recebeu 14 viaturas novas e citou a reestruturação que está em curso na Polícia Civil. “A DIC passará a ser um departamento de investigação criminal e dentro desse departamento teremos uma divisão de combate a roubos, uma de homicídios e outra de tráfico de drogas”, descreve.
Além da DIC e da Delegacia Regional, a instituição conta em Criciúma com outras três delegacias, a Central de Plantão Policial e o Detran, sendo que está em estudo a centralização dessas seis unidades em um complexo policial. Da mesma forma, ocorrem encaminhamentos para levar a base do Serviço Aeropolicial (SAER) para o aeroporto de Forquilhinha.
Planejamento Estratégico
O delegado geral contou que entre as demandas apresentadas pelo governador Jorginho Mello para a Polícia Civil, quando da sua nomeação, estava a elaboração de um planejamento estratégico para a instituição, que já foi desenvolvido, abrangendo o período de 2024 a 2036. A partir desse planejamento, foram definidos objetivos estratégicos e indicadores chave para os próximos anos, além de ações a serem empreendidas.
Resultados
Ulisses Gabriel trouxe ainda resultados sobre a atuação da Polícia Civil em Santa Catarina. De janeiro a julho deste ano, houve aumento em indicadores como apreensão de drogas, número de prisões e de cumprimento de mandados de busca, bem como redução de crimes como roubos, estelionatos, subtração de veículos, latrocínios, mortes violentas e homicídios, em comparação ao mesmo período de 2022.
“Essa apresentação foi importantíssima. Em pouco tempo, já se realizou muito e há muitas ações encaminhadas. Na segurança pública, está sendo feito um trabalho exemplar e nós nos consideramos referência nessa área”, entende o presidente da Acic, Valcir José Zanette.
“O Forcri trabalha em três pilares: saúde, segurança e educação. Nos últimos tempos, o pilar que mais trabalhamos é o da segurança e somos parceiros nessa união entre iniciativa privada e poder público”, reforça Adriano Klafke, presidente do Fórum de Entidades de Criciúma (Forcri).
Participaram do encontro também André Milanese, delegado regional de Criciúma; Yuri Miqueluzzi, da Divisão de Investigação Criminal – DIC de Criciúma, e Túlio Falcão, titular da Delegacia de Urussanga, Cocal do Sul e Morro da Fumaça, além de integrantes do Forcri e diretores da Acic.