A investigação que originou a Operação Turrim, deflagrada na manhã desta terça-feira, dia 29, e que já prendeu 52 investigados, iniciou há um ano com o cumprimento de mandado de busca e apreensão no interior da cela de um detento de alta periculosidade, na Penitenciária Estadual de Montenegro. Isto é o que revela a 2ª Delegacia de Repressão ao Narcotráfico (DIN) do Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc/RS), órgãos envolvidos na operação.
Além dos 52 investigados detidos, a operação também apreendeu 21 armas de fogo, entre pistolas, revólveres e espingardas, carros de luxo, munições, celulares, dinheiro e drogas. Ao todo, a operação busca cumprir 65 mandados de prisão, 48 de busca e apreensão, 24 bloqueios de contas bancárias e cinco sequestros veiculares, com o pedido para uso provisório de três deles como viaturas descaracterizadas. A operação se estende por 18 cidades, localizadas no Extremo Sul catarinense, na região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul (RS), e no litoral Norte gaúcho.
Após o mandado cumprido na Penitenciária Estadual de Montenegro, a investigação descobriu a existência de uma associação criminosa armada. “Muito bem estruturada, especializada no cometimento dos crimes de tráfico de drogas, homicídios qualificados e porte ilegal de munições e armas de fogo, com base no município litorâneo de Torres (e seus arredores – Mampituba, Três Cachoeiras e Morrinhos do Sul), mas com ramificações também no Estado vizinho de Santa Catarina (Passo de Torres, Praia Grande, Araranguá e São João do Sul)”, afirma a Polícia Civil.
Os mandados estão sendo cumpridos simultaneamente nas cidades gaúchas de Porto Alegre, Viamão, Cachoeirinha, São Leopoldo, Alvorada, Novo Hamburgo, Lajeado, Campo Bom, Estância Velha, Capão da Canoa, Morrinhos do Sul, Torres, Três Cachoeiras e Mampituba. Também nas cidades catarinenses de Araranguá, Praia Grande, Passo de Torres e São João do Sul. Entre os presos preventivamente estão dois empresários e um advogado criminalista.
“Segundo o que se pode apurar, dois dos principais alvos da ofensiva policial deflagrada hoje – empresários do ramo imobiliário e de gastronomia – exerciam funções de liderança no grupo criminoso, tendo ocorrido execuções de desafetos e de traficantes de facção rival, justamente com o intuito de monopolizar a venda de entorpecentes na região litorânea gaúcha”, explica a Polícia Civil.