Português do Brasil é uma das línguas mais complexas
O Brasil possui diversas línguas, dialetos, regionalismo e a linguagem das profissões como a jurídica, da medicina e de algumas profissões que representam diferentes formas de variação linguística. Essas podem ser agrupadas em quatro tipos principais como: geográficas (diatópicas), históricas (diacrônicas), sociais (diastróficas) e situacionais (diafásicas).
Variedades diatópicas (geográficas) são associadas a diferentes regiões geográficas da Terra. Devido ao tamanho do Brasil, existem diferenças linguísticas significativas entre as diversas regiões. Por exemplo, o nome da mandioca varia de região para região, sendo conhecida como aipim, mandioca, uaipi, entre outros.
Como algum estrangeiro entenderá que sopa é um prato apreciado em tempos de frio, mas, ao mesmo tempo, algo fácil? “A prova ontem foi sopa. – disse certo aluno. ‘Opa’! Um estrangeiro entenderá que o teste foi um prato de sopa?”.
Temos que entender que, ao analisarmos a linguagem brasileira temos que entender suas variantes como as diacrônicas (históricas) refletem as mudanças linguísticas ao longo do tempo, tornando possível distinguir o português antigo do português moderno. A linguagem profissional, assim como a linguagem médica e jurídica, possui termos específicos que a tornam exclusiva para profissionais.
Variedades diástricas (sociais) são linguagem associada a grupos sociais como médicos, jornalistas e profissionais do Direito. Diferentes dialetos da língua não representam apenas grupos diferentes, mas também refletem relações sociais. O dialeto do grupo dominante é geralmente considerado “padrão”, enquanto os dialetos das comunidades marginalizadas são frequentemente desvalorizados.
Variações Diafásicas (Situacionais) dependem do contexto, como situações formais ou informais. A gíria é um exemplo de expressões populares usadas por determinados grupos.
O preconceito linguístico ocorre quando certas línguas querem ser consideradas superiores, levando à marginalização de outras formas linguísticas. É importante entender que todas as variações são válidas e nenhuma é melhor que a outra. O preconceito linguístico pode afetar a comunicação nas áreas médica, jurídica e outras, causando mal-entendidos e exclusão. Apesar da pressão social, a linguagem das periferias é rica e viva. Ele desafia estereótipos e luta contra a deslegitimação. No entanto, o estigma ainda existe e pode ser visto nas diversas formas de arte que emergem destas comunidades.
Analisando uma consulta em que o médico, pertencente a uma casta da sociedade, precisa lidar com pacientes vindos da periferia, pois os primeiros dependem do segundo para sobreviver e manter seus padrões elevados de vida e se impondo na sociedade.
Falar a língua do paciente na área médica é essencial para uma comunicação eficaz e prevenção de complicações. Os pacientes nem sempre entendem a linguagem técnica utilizada pelos médicos, o que pode gerar mal-entendidos e falta de confiança.
Quando lidam com advogados e tribunais, o cliente sabe que pouco entenderá do que se diz, mas quer ter seus direitos preservados e conquistados, independente se por um “habeas corpus”, pois o Grau de Jurisdição estava equivocado e Embargo de declaração permite o emprego de Remédios constitucionais. Complicado, não? Estamos falando de Direito ou de atendimento médico?
Na verdade, reconhecer e valorizar a diversidade linguística e superar os preconceitos linguísticos são passos importantes para uma comunicação mais inclusiva e uma sociedade mais justa.