Iniciaram esta semana os estudos técnicos para a restauração do primeiro cemitério dos imigrantes italianos do sul do estado.
Localizada em Azambuja, Pedras Grandes, a necrópole conserva relíquias históricas, como cruzes de ferro, lápides inscritas na língua italiana e túmulos que datam do final de século XIX.
Já estão trabalhando no projeto uma equipe técnica especializada, composta de Arquiteto/Urbanista, Arqueólogo, Engenheiro civil, Restaurador, Museólogo e Historiador.
Segundo o historiador museólogo Idemar Ghizzo, que chefia a equipe multidisciplinar, há relatos orais que o primeiro sepultamento teria ocorrido em um local próximo ao assentamento dos imigrantes e mais tarde transferidos para o local onde hoje se encontra o cemitério histórico, ocorrido ali um ano após a chegada dos pioneiros. Um imigrante italiano faleceu ao ser atingido na cabeça por um grande galho de árvore.
Para realizar os estudos preliminares para o projeto de restauração do cemitério e identificar todos os túmulos, a Prefeitura Municipal de Pedras Grandes e a Fundação Educacional Barriga Verde (Unibave) celebraram um contrato cujo investimento é de R$ 105.000,00. A contratação de deu através de Processo Administrativo n° 40/2023 e o prazo de execução é de seis meses até 31 de dezembro deste ano.
HISTÓRIA
No livro escrito pelo desembargador Vieira Ferreira, que registra a memória sobre a fundação, pelo engenheiro Joaquim Vieira Ferreira de uma colônia de imigrantes italianos em Santa Catarina denominada Azambuja, há um precioso recorte a propósito do cemitério local.
“O alto monte à esquerda de quem chega pela estrada marginal ao rio
Pedras Grandes foi o ponto de partida na construção do povoado. No sopé, à sombra da floresta, se pôs, por necessidade no momento, o primeiro cemitério, onde foi sepultado um colono atingido pelos galhos de uma árvore na continuação da derrubada com a cooperação dos imigrantes recem-chegados. Construiu-se outro depois, na encosta de um pequeno vale.
Abriram-se duas ruas, a principal à margem direita do rio Pedras Grandes e a outra pela do Cintra, a começar de sua confluência. No ângulo formado a montante pelos dois rios aplanou-se uma praça triangular, alem da qual se elevava a última projeção do morro divisor de suas águas”, registrou Vieira Ferreira na obra intitulada “Azambuja e Urussanga”.