A indústria láctea brasileira e de Santa Catarina está enfrentando um momento de desafios e incertezas, com a recente queda nos preços do leite no mercado mundial e uma relativa valorização do real em relação ao dólar. Esses fatores combinados têm estimulado um aumento nas importações de produtos lácteos, o que, por um lado, resulta em preços mais baixos para o consumidor, mas, por outro, coloca em risco a viabilidade da cadeia produtiva e ameaça a sobrevivência dos pequenos produtores.
A crise, que teve início em abril do ano passado, é marcada por uma constante redução nos preços dos lácteos no mercado internacional, bem como por ajustes para baixo nos preços pagos às indústrias pelos produtores locais.
“No ano passado, caiu cerca de 5% o consumo per capita no Brasil. Mais recentemente, teve também o aumento expressivo das importações de lácteos do Mercosul. Tivemos um recorde de entrada de queijos, manteiga e leite em pó vindos do Uruguai e da Argentina. Esses países aproveitam para vender para o Brasil já que os preços aqui são superiores daqueles praticados no mercado internacional”, explica o coordenador geral da Aliança Láctea Sul-brasileira, Airton Spies.
Região Sul
O momento afeta todo o país, porém Paraná, Santa Catarina e o Rio Grande do Sul são os mais afetados. Esses três estados, que abrigam apenas 15% da população brasileira, são responsáveis por 40% da produção de leite industrializado no país. Por conta disso, Spies ressalta que os produtores da região precisam encontrar mercados distantes, onde tem menos produção e mais consumidores. Isso leva a região a enfrentar desafios logísticos e de competitividade devido aos custos de frete.