Juízes de Tubarão responderão a procedimentos abertos pela Presidência da Corte e pela Corregedoria-Geral de Justiça
Os nove juízes que negaram julgar o processo do ex-prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), vão responder a procedimentos após se declararem suspeitos para analisar a acusação de corrupção contra o político na Operação Mensageiro.
Os processos contra os juízes serão abertos pela Presidência da Corte e pela Corregedoria-Geral de Justiça, informou nesta terça-feira (18) o TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina).
No mesmo dia em que todos os juízes da Comarca de Tubarão negaram o caso, a juíza Gabriella Matarelli Calijorne Daimond Gomes, de Jaguaruna, foi designada e pode assumir o processo contra o ex-prefeito.
Todos os magistrados atuam em diferentes áreas na Comarca de Tubarão. Saiba quem é quem.
Guilherme Mattei Borsoi
Foi o primeiro entre os juízes a pedir suspeição do processo, em 11 de julho.
O magistrado se tornou juiz da comarca de Tubarão em setembro de 2017, onde ocupa o cargo de titular. Ele atua principalmente em casos de crimes de tráfico e uso indevido de drogas e delitos contra o patrimônio.
Fabiano Antunes da Silva
Pediu suspeição em 12 de julho. Ele se tornou juiz da 2ª Vara Criminal da comarca de Tubarão em abril de 2022. O magistrado atua principalmente em casos de execução penal e de medidas alternativas, como pena privativa de liberdade.
Quando atuava na comarca de Santa Rosa do Sul, em 2010, Fabiano disse em decisão que tentativas de traficante de se desvincular do crime eram “quase que debochar da capacidade de raciocínio do magistrado”.
Maurício Fabiano Mortari
A suspeição também ocorreu em 12 de julho. O magistrado é professor de Direito de Família e Direito Processual Penal na Unisul (Universidade do Sul de Santa Catarina) e atua como titular do Juizado Especial Criminal e da Violência Doméstica e Familiar de Tubarão. Ele também já trabalhou como juiz eleitoral.
Maurício é conhecido por atuar em casos de violência contra a mulher e também palestra sobre o tema.
Miriam Regina Garcia Cavalcanti
O pedido de suspeição ocorreu em 13 de julho. Ela é titular da Vara da Família, Órfãos, Infância e Juventude de Tubarão. A juíza atua principalmente com casos de direito privado de inadimplência, liquidação, cumprimento, execução de penhora, depósito ou avaliação.
Lara Maria Souza da Rosa Zanotelli
A magistrada é diretora do Fórum da comarca de Tubarão, cargo que assumiu em março de 2017. A juíza pediu suspeição em 14 de julho e atua principalmente em casos financeiros.
Paulo da Silva Filho
O juiz também pediu suspeição em 14 de julho. Ele é titular da Vara da Fazenda Pública de Tubarão desde 2018. Costuma atuar com frequência com casos de litígios de contratos.
Liana Bardini Alves
O pedido de suspeição dela se deu em 17 de julho. A magistrada é natural de Tubarão e atua na Vara da Família, Órfãos, Infância e Juventude da comarca do município desde julho de 2020.
Liana ficou conhecida pelo trabalho como coordenadora do programa Lar Legal, que regulariza o registro de imóveis urbanos. A juíza recebeu, em fevereiro de 2023, uma moção de aplausos na Câmara de Vereadores de Florianópolis pelo trabalho no projeto.
Antônio Carlos Ângelo
Se declarou suspeito em 17 de julho e é titular da Vara da Fazenda Pública, Execução Fiscal, Acidentes de Trabalho e Registros Públicos da comarca de Tubarão. Ele foi promovido por antiguidade em 2022.
Eron Pinter Pizzolatti
O juiz foi o último a pedir suspeição, em 17 de julho. O magistrado atua na 3ª Vara Cível da Comarca de Tubarão e também é professor na Unisul.
O juiz virou notícia em janeiro de 2021, quando decidiu que o termo “Deus é santo” não poderia ser de uso exclusivo de uma única igreja.