O sul de Santa Catarina é a principal região produtora de mandioca no Estado, tanto em área quanto em número de famílias. Um alimento de importância econômica, histórica e cultural, que já era plantado pelos indígenas e teve a produção adaptada pelos imigrantes. Hoje, de Imaruí a Passo de Torres, cerca de 7.150 hectares são destinados à plantação do tubérculo que, em sua esmagadora maioria, segue para industrialização, na fabricação de farinha, amido e outros derivados.
E essa cultura tão rica e tradicional é a grande estrela da primeira edição da Feira da Mandioca, que ocorre no município de Sangão, no proximo sábado, 15. Realizado pela Rocha Alimentos, em parceria com a prefeitura de Sangão e de Jaguaruna, Epagri e Associação das Indústrias Processadoras de Mandioca e Derivados de SC, o evento promete reunir cerca de 500 agricultores em torno de muito conhecimento e troca de experiências.
A ideia, conta o CEO da Rocha Alimentos, Cloudo Rocha, é impulsionar a inovação na agricultura local. “Começamos a pensar neste evento no início do ano, e agora, faltando poucos dias para ele finalmente acontecer, nossas expectativas estão ainda mais altas. A Rocha passou a trabalhar com cultivo próprio em 2020, e desde então vem aprendendo muito, implementando melhorias na lavoura, entendendo as melhores práticas. Por conta disso vimos a importância de trocar ideias, de disseminar informações para que, realmente, todos saiam ganhando e melhorando o resultado do trabalho”, pontua.
De acordo com a engenheira agrônoma e extensionista rural da Epagri de Sangão, Lilian Gonçalves dos Santos, a mandioca tem uma característica diferente, que é a sua concentração nas pequenas propriedades de agricultores familiares, ao contrário do que se vê nas lavouras de arroz, soja e milho, por exemplo, que ocupam grandes áreas. “Por conta especialmente da colonização açoriana na região, muitos municípios se desenvolveram em torno da mandioca, e até hoje, essa é uma das atividades econômicas mais importantes”, diz.
Ainda de acordo com Lilian, a feira vem para capacitar aqueles que estão envolvidos na cadeia, que vai desde o plantio até a industrialização e maquinário. “A informação é importante para realizar uma atividade cada vez mais consciente e produtiva, agregando, também, as questões de conservação de solo e água, que vão além do ambiental, interferindo na lucratividade do negócio. Além disso, a feira será uma forma de motivar os agricultores e valorizar a atividade que, realmente, carece de eventos especiais”, complementa a engenheira agrônoma.
Sobre o evento
A Feira da Mandioca ocorrerá no Módulo Esportivo de Sangão, com programação prevista para iniciar às 9 horas. O pesquisador do Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná, Mário Takahashi, será o primeiro palestrante, e falará sobre o “Panorama e perspectivas do cultivo de mandioca do Paraná e suas tecnologias”. Na sequência, o coordenador estadual na Extensão Rural em Olericultura, Darlan Rodrigo Marchesi, abordará o mesmo assunto, mas voltado à produção catarinense. O CEO da Rocha Alimentos será o responsável por abordar o panorama econômico da cultura da mandioca.
O evento segue até as 16h30, intercalando palestras, mesas redondas, oficinas livres e o pré-lançamento de uma nova variedade de mandioca. Durante o dia também haverá apresentação de uma colheitadeira para o tubérculo e estandes de negócios. A entrada e o almoço serão gratuitos. No entanto, para participar é necessário retirar o ingresso na Rocha Alimentos ou na Epagri. “Será um dia incrível, com apresentação de inovações agrícolas, difusão de conhecimentos, fomento ao setor de forma ampla, beneficiando empresas e produtores rurais”, complementa Cloudo.