Diário O Município

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O Município de Sangão é um dos maiores produtores de mandioca do estado de Santa Catarina. É comum em SANGÃO grandes perdas de terras em função do sistema convencional de cultivo em suas lavouras. Para isso o programa de distribuição de sementes visa o COMBATE À EROSÃO DO SOLO, com isso evita as perdas de solo na ordem média de 30 toneladas / hectare / safra, além da umidade da terra. Aliás, terra e água são essenciais para uma boa produtividade.
Hoje no município de Sangão são produzidas 210.000 sacas de farinha/ano e 50 mil sacos de fécula/ano de mandioca. Por isso, Sangão realiza anualmente doação de semente de aveia preta para cobertura de solo das terras agricultáveis. Para esse ano são exatamente 14.000 kg para a prática do plantio direto SPD principalmente nas lavouras de mandioca. Dada a relevância do programa em Sangão, o Consultor Sr. HELTON DA SILVA da Associação das Indústrias Processadores da Mandioca e Derivados de Santa Catarina AIMSC, protocolou junto ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), a inclusão da cadeia produtiva da mandioca no Programa Nacional de Cadeias Agropecuárias Descarbonizadas (Programa Carbono + Verde). Segundo HELTON DA SILVA, a cultura da mandioca possui grande relevância econômica e social para o Brasil. Está presente em todos os estados brasileiros, figurando-se entre os oito primeiros produtos agrícolas do país, em termos de área cultivada, e o sexto em valor de produção. Do total de raízes produzidas, 40% são destinadas para a produção de farinha, 20% para a produção de amido e o restante é destinado a outros usos, como mandioca de mesa e alimentação animal, portanto de significativa contribuição para a segurança alimentar de muitas famílias brasileiras, constituindo-se como base econômica em milhares de pequenas propriedades rurais espalhadas por todo o país. Para MARCO ANTÔNIO RANGEL, Agrônomo da EMBRAPA, um dos técnicos responsáveis pelo o estudo de sustentabilidade dos sistemas de produção de mandioca (Maniot Esculenta Cratz), salienta que o plantio direto da Mandioca é uma técnica de plantio feita sobre a palhada da aveia, capaz de aumentar em muito a produtividade da mandioca, em até 50%, tornando as lavouras mais eficientes e sustentáveis. Inclusive com aumentos significativos de produtividade das raízes, com destaque para a produção em dois ciclos, diminuindo assim as perdas de nutrientes do solo, causadas pela erosão e por outros fatores ocasionados pelo uso do plantio convencional.
Segundo o Engenheiro Agrônomo do Município de Sangão Sr. MARCO REMOR, muitos agricultores passaram a utilizar esta técnica de plantio por verificar os benefícios econômicos e ambientais. Ainda, de acordo com o Eng. Agrônomo, o trabalho que vem sendo desenvolvido a mais de 25 anos no município, mostra que o plantio direto trouxe ÓTIMO GANHO DE PRODUTIVIDADE nas lavouras. “Hoje, há uma crescente procura por sementes de cobertura do solo, que são doadas pela Prefeitura de Sangão.
A distribuição gratuita dessas sementes estimula a difusão do sistema de plantio SPD nas roças locais. Isso evidencia que uso dessa técnica é economicamente viável e, deve ser aplicada em larga escala nas lavouras de mandioca, demonstrando assim a sua importância no quesito produção sustentável”, salienta REMOR. Ainda, explica MARCO REMOR, “uma cobertura de palha acima de 8 ton. /hectare, ou seja, bem consistente, tem demonstrado uma alta eficiência na conservação do solo e da água nas lavouras Sangãoenses.” É a situação do Senhor JOILSON PACHECO. Numa área de 1,75 hectares, a Secretaria Municipal de Agricultura desenvolve desde 2009 um trabalho de aumento de produtividade e combate à erosão do solo. Igualmente, a ação da extensão Rural como facilitadora do trabalho sustentável leva a eficiência da técnica do plantio direto a todos os produtores locais. Tal ação é demonstrado no quadro evolutivo ao longo de anos.
Nesta área, o cultivo convencional foi usado até 2009/2010 e, na sequência, o cultivo no sistema de plantio direto. Com a introdução do sistema de plantio direto após a safra 2010/2011, resultou num incremento de 326,32% a mais quando comparado ao sistema antigo, o “convencional” anterior a 2010. Ou seja, a produtividade média com base nas safras desde 2010 a 2023 é de 25.579 kg por hectare na gleba estudada, enquanto a safra de 2009 retirava da terra somente 6.000 kg por hectare. Iniciativas individuais como a realizada pelo município de SANGÃO – SC, são exemplos de que a transferência de tecnologia, por meio de estímulos governamentais, promove em muito o aumento de produção local, a conservação do solo e da água. Além de proteger o meio ambiente, também geram lucro aos produtores rurais, pois aumenta a produtividade da lavoura. Nesse processo, quem sai ganhando é a sociedade como um todo. O Senhor HELTON DA SILVA da AIMSC, salienta que “a cadeia produtiva da mandioca merece fazer parte do Programa Nacional de Cadeias Agropecuárias Descarbonizadas (Programa Carbono + Verde) pois além de incluir uma quantidade significativa de famílias agricultoras, que têm a mandioca como principal fonte de renda e sustento, merecem incentivos fomentadores para uma agricultura sustentável, a fim de se intensificar o belo trabalho que fazem há anos, por meio do uso racional da terra, preservação do meio ambiente e produção sem comprometer a capacidade de atender as necessidades das futuras gerações”.