Festejos juninos e a economia de cidades turísticas
O que era uma tradição religiosa restrita a paróquias e igrejas cujos padroeiros eram São Pedro, São João e Santo Antônio se transformou em tábua de salvação de várias escolas municipais e estaduais, cujos diretores viam nesta tradição, uma forma de reunir familiares em torno da instituição e, arrecadar dinheiro para pequenos reparos, uma vez que recursos vindos dos poderes públicos municipais e estaduais eram escassos.
Aí, para abastecer estas instituições, empresários locais viam aumentar suas vendas com bandeirolas, fogos de artifício, traques e bombinhas, além das comidas tradicionais. Isso foi, por muito tempo, a tônica dos festejos do mês de junho.
As paróquias e comunidades religiosas de devotos ainda mantinham a tradição de reunir familiares e vizinhos.
Acontece que, a tradição foi se tornando cada vez mais comercial e menos religiosa.
Alguns empresários do setor de entretenimento e do grande comércio viram nestas festas um meio de tornar o festejo mais profissional, enfeitando os encontros e eternizando os momentos. Assim foram abraçados pelos organizadores e, alguns, se tornando um carro-chefe em termos de arrecadação.
Primeiro foi o nordeste brasileiro que decidiu atrair turistas para as grandes festes juninas com bailarinos profissionais, grupos de forró e músicos profissionais. Essa mudança fez com que várias localidades enxergassem uma fonte de renda excepcional no período e, quem lucrou foi a indústria do turismo uma vez que trazendo turistas a rede hoteleira ganha, a gastronômica também e a de confecção e moda se torna cada vez mais atrativas para quem ama postar suas vestes nas redes sociais.
Enquanto algumas cidades estão anos-luz à frente de outras, pequenas localidades como distritos e comunidades rurais acabam sendo o destino para quem quer fugir dos grandes centros ou está cansado de praias com águas frias nesta época do ano. Enfim, seja pelo tradicionalismo, seja pelo apelo do ecoturismo, os festejos juninos são grandes fontes de rendas para o País.
Religiosidade, descanso e tradicionalismo. Uma coisa puxa a outra e, por conseguinte, quem ganha são aqueles pequenos comerciantes locais que entram na onda e faturam no período.
Alguns fazem até pedido aos três santos Antônio, João e Pedro para que ajudem a aumentar o faturamento.
Então é hora de levantar o mastro, ascender as fogueiras e apostar no melhor. Salve!