Desde a noite tarde da última terça-feira, 23 de maio, tem repercutido na imprensa do Estado trechos de relatos do homem que seria responsável pela entrega de propinas a prefeitos investigados pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC).
O “mensageiro”, apelido que batizou a Operação Mensageiro, confessou que recebia um salário aproximado de R$ 6 mil mensais – mais despesas – para ser um dos articulares da empresa Serrana Engenharia.
De acordo com o delator, quando ele passou a fazer parte do esquema em 2013, seu salário era metade deste valor. Ele tem seu nome resguardado por decisão judicial.
Segundo o “mensageiro”, geralmente às terças-feiras, ele buscava na sede da empresa em Joinville os envelopes com as iniciais de cada município. Em certos casos ele viajou também para cumprir sua função em feriados e fins de semana. Foram ao menos 16 municípios catarinenses.
No depoimento, o “mensageiro” da Serrana Engenharia disse ainda ter sido convidado para ocupar a função por um dos sócios da empresa. Contou, inclusive, que foi funcionário do grupo entre 2005 e 2012, quando deixou a empresa para abrir o próprio negócio de implementos agrícolas.
Ao revelar ainda para a Justiça outros detalhes, ele explicou que, nesse período, passou a emitir notas fiscais com valor superior ao produto, que lhe proporcionava lucros de R$ 10 mil a 20 mil por mês.