Diário O Município

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Jorginho Mello bateu o martelo no que diz respeito ao segundo nome para compor a diretoria do BRDE.
Mauro Mariani foi o escolhido. Ex-deputado estadual e federal, ex-prefeito de Rio Negrinho por três mandatos; o político presidiu o MDB catarinense, foi secretário de Infraestrutura de Luiz Henrique da Silveira e candidato a governador pelo partido em 2018, quando, pela primeira vez, o MDB ficou de fora da disputa direta pela administração estadual.
Depois disso, Mariani deu uma desaparecida. Retomou a vida empresarial e abriu mão do comando partidário. A proa da sigla foi transferida ao ex-deputado federal Celso Maldaner. Ele foi candidato a senador em 2022 e chegou em quinto lugar.
No ano passado, o Manda Brasa sequer lançou candidato à sucessão de Moisés da Silva. A legenda indicou o vice na chapa do ex-governador, que também não marcou presença no turno final do último pleito estadual.
O partido vive um período de vacas magras. De nove estaduais, baixou para seis deputados na Assembleia Legislativa. Ou seja, perdeu um terço da bancada. Para federal, o MDB preservou os três assentos que detinha. Na majoritária, contudo, não ganhou absolutamente nada.

Encolhimento à vista

As perspectivas com vistas às eleições do próximo ano nos pequenos municípios ainda são positivas. Os emedebistas poderão eleger um número razoável de prefeitos. Nas cidades de médio e grande porte, no entanto, as chances emedebistas são desalentadoras no contexto atual.

Memória

O MDB hoje é presidido por Carlos Chiodini, que investiu-se de fiel escudeiro de Mariani em 2018. O jaraguaense foi o único da então bancada a fechar com o ex-deputado federal. Os demais parlamentares estavam com Eduardo Moreira.

Memória 2

Em 2010, Dário Berger quis ser o candidato ao governo, mas acabou perdendo a indicação para o próprio Moreira. No final das contas, o sulista abriu mão da cabeça de chapa e acabou compondo de vice de Raimundo Colombo.

Memória 3

Dário Berger ainda esteve envolvido em mais uma disputa interna no MDB. Foi pela presidência do partido. Acabou derrotada por Luiz Henrique e Eduardo Moreira.

Guinada

Finalmente, em 2018, Dário Berger emprestou apoio a Mauro Mariani, que concorreu ao governo, ficando em terceiro lugar.

O retorno

Baixada a poeira, o ex-deputado federal voltou a fazer contatos políticos, orbitando na área de influência de Dário Berger. Estavam muito próximos e ligados. O ex-senador migrou no ano passado do MDB para o PSB. Mariani permaneceu no Manda Brasa.

Cadeira estofada

E de repente, não mais do que de repente, Mauro Mariani vira diretor do BRDE, cargo dos mais cobiçados. Entra na cota do MDB. A primeira vaga apontada por Jorginho Mello ficou com João Paulo Kleinübing (União). O blumenauense será o presidente do banco de fomento do Sul.

Novos tempos

Trocando em miúdos, os dois nomes que haviam sido indicados por Moisés da Silva às diretorias do BRDE serão defenestrados. Um deles era da intimidade do ex-governador. Eduardo Moreira entrou numa conjuntura mais política.

Atravessado

O encaminhamento de Jorginho é uma solução indigesta para Eduardo Moreira. O ex-governador tentou permanecer. Pediu inclusive diretamente ao governador. Sem sucesso. E ainda viu a vaga do MDB cair no colo de um adversário no contexto partidário. Tem um gosto amargo para Moreira a indicação de Mauro Mariani ao BRDE.
Esse movimento traria Mariani de volta à militância partidária? Ele estava absolutamente alinhado a Dário Berger, que ficou sem mandato.
Seguramente, a guinada foi uma articulação partidária e não uma decisão, uma inclinação pessoal do governador