O prefeito de Tubarão, Joares Ponticelli (PP), virou réu na Justiça em desdobramento da Operação Mensageiro nesta quinta-feira (27). A decisão foi tomada pela 5ª Câmara Criminal do TJSC (Tribunal de Justiça de Santa Catarina). De acordo com o MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), Ponticelli é suspeito de receber propina para favorecer empresa de saneamento na prestação de serviços na cidade.
O advogado Nilton Machado afirma que já pediu a soltura do prefeito no Tribunal de Justiça e aguarda o julgamento do mérito. “A pergunta que faço é o seguinte: afastado da prefeitura, com as provas já produzidas, não há risco de fuga, qual é a necessidade de manter o prefeito preso?”, questiona.
Em 13 de abril, os prefeitos de Pescaria Brava, Deyvison Souza (MDB), de Papanduva, Luiz Henrique Saliba (PP), e de Capivari de Baixo, Vicente Corrêa Costa (PSL) também viraram réus na Operação Mensageiro.
Ponticelli foi preso em 14 de fevereiro por conta da 3ª fase da investigação. O prefeito da cidade do Sul catarinense é suspeito de integrar um esquema de fraude em licitação, corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.
No final de março, a defesa de Ponticelli recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) em busca de um habeas corpus para que o gestor deixe o Presídio Regional de Criciúma. A defesa do prefeito afirmou que iria recorrer ao STJ e até mesmo ao STF (Supremo Tribunal Federal), caso necessário.
Conforme amigos do prefeito de Tubarão, ele enfrentou uma crise de depressão na cela especial que ocupa no Presídio Santa Augusta, em Criciúma.
O MPSC investiga a empresa de saneamento Serrana, agora chamada Versa Engenharia Ambiental, que atende várias cidades do Estado, onde há suspeitas de corrupção no serviço de coleta de lixo.
Segundo o MPSC, um funcionário da empresa, chamado de “Mensageiro” na investigação, era responsável pela entrega das propinas aos prefeitos. Por ter feito acordo de delação premiada, o nome do funcionário não pode ser divulgado pelo Grupo ND por proibição judicial.