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Em entrevista coletiva na tarde desta terça-feira, dia 18, o Ministério Público de Goiás (MPGO) confirmou que dois jogadores que atuam em Santa Catarina foram alvos da Operação Penalidade Máxima II.
A ação cumpriu dois mandados de busca e apreensão em Chapecó e em Tubarão. Em nota, a Chapecoense confirmou que um atleta teve o celular apreendido e que confia na idoneidade dele. O atleta seria o zagueiro Victor Ramos. Não há informações, até o momento, sobre qual seria o atleta investigado em Tubarão.

Segundo a investigação, seis jogos da Série A do Brasileiro estão sob suspeita. Quatro deles ocorreram na rodada 36 do torneio. Os promotores afirmam que não é possível dizer ainda se os jogadores, de fato, receberam dinheiro para adulterar os resultados. Mas confirmaram que houve ofertas por parte de apostadores. “Desde que a investigação se iniciou em novembro foi centralizada em três partidas, agora são 11 no radar, mas não descartando outros jogos que possam ter sido manipulados”, afirmou o promotor Fernando Cesconetto.

Jogos investigados
Santos 1 x 1 Avaí

Um dos atletas do Santos foi assediado para tomar um cartão amarelo;
O que aconteceu no jogo: Luiz Felipe, Rodrigo Fernandez e Vinicius Zanocelo receberam amarelo.

Red Bull Bragantino
1 x 4 América – MG

Um atleta do Bragantino foi assediado para tomar um cartão amarelo;
O que aconteceu no jogo: Lomonaco, Aderlan, Luan Cândido, Raul, Artur e Popó receberam amarelo.

Goiás 1 x 0 Juventude

Dois atletas do Juventude foram assediados para tomar cartões amarelos;
O que aconteceu no jogo: Cesar, Paulo Miranda, Moraes, Jean Irmer, Felipe Pires e Vitor Gabriel receberam cartão.

Cuiabá 1 x 1 Palmeiras

Um jogador do Cuiabá foi assediado para tomar cartão amarelo;
O que aconteceu no jogo: Marllon e André Luis receberam amarelo.
Um jogo ocorreu na rodada 37 do Campeonato Brasileiro de 2022:

Botafogo 3 x 0 Santos

Um jogador do Santos foi assediado para tomar cartão vermelho;
O que aconteceu no jogo: Eduardo Bauermann foi expulso após o apito final.
Durante o cumprimento dos mandados de busca e apreensão nesta terça-feira, um jogador do Juventude afirmou espontaneamente aos promotores que foi assediado para tomar cartão amarelo em outro jogo, no dia 10 de setembro, que não estava na lista inicial do Ministério Público:

Palmeiras 2 x 1 Juventude

Um jogador do Juventude foi assediado para tomar cartão amarelo.
O que aconteceu no jogo: Jadson, Moraes e Vitor Gabriel receberam amarelo.

R$ 100 mil para corromper atletas

Segundo o MP, o grupo criminoso cooptava jogadores com ofertas que variavam entre R$ 50 mil e R$ 100 mil para que cometessem lances específicos nos jogos, como um número determinado de faltas, levar cartão amarelo, garantir um número específico de escanteios para um dos lados e até atuar para a derrota do próprio time.
Diante dos resultados previamente combinados, os apostadores obtinham lucros altos em diversos sites de apostas – ou diretamente, ou por meio de laranjas.

O que é a operação Penalidade Máxima

As investigações começaram no final do ano passado, depois que o volante Romário, do Vila Nova-GO, aceitou uma oferta de R$ 150 mil para cometer um pênalti no jogo contra o Sport pelo Campeonato Brasileiro da Série B. Ele recebeu um sinal de R$ 10 mil, e só teria os demais R$ 140 mil após a partida. Como não foi relacionado, tentou cooptar colegas de time – sem sucesso.
A história então vazou e o presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, ele próprio um policial militar, investigou o caso e entregou as provas para o Ministério Público de Goiás. A primeira denúncia, feita há dois meses, indicava que havia três jogos suspeitos na Série B do ano passado. Mas, como o ge publicou, havia a suspeita de muito mais jogos, em várias competições, o que faria a operação se tornar nacional. Foi o que aconteceu. As suspeitas agora chegaram à Série A.